Undertale é um RPG eletrônico criado pelo desenvolvedor independente norte-americano Toby Fox. No jogo, o jogador controla uma criança humana que caiu em uma caverna, uma região grande e isolada sob a superfície da Terra, separada por uma barreira mágica. Vários monstros são encontrados durante sua missão para retornar à superfície, principalmente através do sistema de combate; o jogador navega pelos ataques bullet hell do oponente e pode optar por pacificar ou subjugar os ruins para poupá-los em vez de assassiná-los. Essas escolhas causam mudanças no diálogo, nos personagens e na história com base nos resultados.
Toby Fox desenvolveu a totalidade da obra de forma independente, incluindo escrever e compor a partitura, com apenas arte adicional criada por outros artistas. Ela foi inspirada na série Mother e Mario & Luigi, na série de bullet hell Touhou Project, e na comédia britânica Mr. Bean. Undertale foi inicialmente planejado para durar duas horas e foi programado para ser lançado em meados de 2014, mas o desenvolvimento foi adiado através dos próximos três anos.
O jogo foi lançado para Microsoft Windows e OS X em 15 de setembro de 2015, e depois para o Linux em 17 de julho de 2016, e PlayStation 4 e PlayStation Vita em 15 de agosto de 2017. Uma versão para o Nintendo Switch foi lançada em 18 de setembro de 2018. Deste então, foi aclamado pelo seu roteiro, material temático, sistema de combate intuitivo, partitura musical e originalidade, com elogios direcionados à sua história, diálogo e personagens. Ultrapassando mais de um milhão de cópias vendidas, foi indicado a vários prêmios e reconhecimentos, incluindo Jogo do Ano por várias publicações e convenções especializadas em jogos eletrônicos. O primeiro capítulo de um jogo relacionado, Deltarune, foi lançado em 2018.
A história

Antes do jogo começar, somos introduzidos aos fatos: Há muito tempo, monstros e humanos guerrearam entre si, quando os humanos saíram vitoriosos, os monstros foram presos no subterrâneo. Você começa como uma criança que caiu em um buraco de uma montanha e foi parar no mundo dos monstros. O seu objetivo é sair de lá, mas enquanto isso, você descobre vários fatos da história daquele universo que vão se encaixando e fazendo sentido para a narrativa.
O jogo não gasta seu tempo com missões que parecem não fazer sentido para aumentar seu EXP, o objetivo é sempre sair dali e todas as suas ações são direcionadas para isso, tirando algumas exceções de missões secundárias com certos personagens, mas completá-las vai enriquecer a experiência do jogo (e eu prometo que mais tarde vai ajudar a desvendar várias coisas da história).
Undertale conclui os pontos principais e ainda te deixa com vontade de teorizar além do que foi visto durante o jogo. Você vai ficando tão investido na história daquele mundo e as coisas que aconteceram que quando você termina, tudo que você quer é mais conteúdo para continuar aquela experiência. Undertale é um show de roteiro e de como contar uma história.
Jogabilidade

Undertale é um RPG que usa uma perspectiva de cima para baixo. Nele, o jogador controla uma criança e completa objetivos para progredir na história. Ele explora um mundo subterrâneo repleto de cidades e cavernas, e é obrigado a resolver vários quebra-cabeças em sua jornada. O mundo subterrâneo é o lar de monstros, muitos dos quais desafiam o humano em combate; o jogador decide se quer matar, fugir ou fazer amizade com eles.
Quando o jogador encontra inimigos em eventos do script ou encontro aleatórios, ele entra em um modo de batalha. Durante as batalhas, ele controla um pequeno coração que representa sua alma, e devem evitar os ataques desencadeados pelo monstro adversário de forma similar a um shooter bullet hell. Enquanto o jogo avança, novos elementos são introduzidos, como obstáculos coloridos e batalhas com chefes que mudam a forma como o coração é controlado. O jogador podem escolher atacar o inimigo, o que envolve o pressionamento de botões no tempo correto. Matar inimigos fará com que o protagonista ganhe EXP (por sua vez aumentando seu LOVE) e ouro. Eles podem usar a opção ACT para executar várias ações, que variam dependendo do inimigo. Se o protagonista usar as ações corretas para responder ao inimigo, ou atacá-lo até que ele tenha o HP baixo (mas ainda vivo) ele pode poupá-lo e terminar a luta sem matá-lo. Para que alguns encontros com chefes sejam concluídos pacificamente, o jogador é obrigado a sobreviver até que o personagem que eles estão enfrentando tenha terminado seu diálogo. O RPG apresenta múltiplos ramos e finais na história, dependendo de escolhas que envolvem matar ou poupar os inimigos; e, como tal, é possível concluí-lo sem matar ninguém.
Monstros falarão com o jogador durante a batalha, e a interface comunicará quais são os sentimentos e ações do monstro. Ataques inimigos mudam com base em como o se interage com eles: caso sejam escolhidas opções não-violentas, se tornará mais fácil de desviar de ataques inimigos, enquanto eles se tornam difíceis se opções violentas forem escolhidas. A obra conta com vários elementos metaficcionais em sua jogabilidade e história. Quando o jogador participa de uma batalha de chefe em uma segunda vez após o fim do jogo, o diálogo será alterado dependendo das ações nas vezes anteriores.
Fique de olho nas dicas

Undertale conta com dezenas de puzzles durante sua jornada, e nem sempre será fácil resolvê-los. Caso encontre dificuldades em algum deles, busque nos cenários por placas, painéis ou referências. As vezes a resposta é muito mais simples do que parece.
Leia os textos rapidamente

Esperar até que os textos apareçam na tela pode ser uma experiência agoniante para os menos pacientes. Felizmente, basta pressionar X para que todo o diálogo seja exibido de uma vez só. Só não ignore as falas para não perder partes importantes do enredo.
Não se esqueça de salvar seu progresso

Diferentemente dos títulos modernos, Undertale aposta em mecânicas de jogos mais antigos, como saves manuais. Isso significa que é necessário encontrar pontos de salvamento no mapa para guardar seu progresso. Não se esqueça de chegar até um deles (uma espécie de estrela cintilante) antes de fechar o game.
Confira seus itens

A qualquer momento do jogo é possível pressionar C para conferir a lista de itens coletados no game. Eles podem ser usados durante as batalhas ou equipados em seu personagem para melhorar suas habilidades.
Capriche na precisão durante as lutas

Quando decidir atacar um monstro, procure as áreas verdes da barra. Isso garantirá muito dano extra. Também é importante evitar as investidas dos rivais movendo o coração para longe de tudo que aparecer no pequeno quadrado.
Varie suas estratégias de combate

Muito mais do que atacar os oponentes, Undertale também permite que você use estratégias menos comuns para levar vantagem. Em algumas ocasiões, tentar conversar ou consolar um inimigo fará com que ele não te ataque. Usar itens para recuperar sua vida também é uma boa opção.
Guarde e encontre itens nos boxes

Em alguns lugares dos cenários é possível encontrar boxes, pequenos baús onde você pode guardar itens que não planeja usar. Vez ou outra também se pode encontrar itens nessas caixas, que podem ser usados normalmente pelo seu personagem.
Os personagens

Simplesmente maravilhosos. Imaginamos que talvez em 6 horas um jogo tenha dificuldade de apresentar um certo número de personagens e fazê-los interessantes, mas Undertale te prova que com cuidado, podemos construir personagens sem enrolação e que cativem os jogadores. Não tem um personagem que tenha ficado raso, todos tinham motivações, objetivos, inseguranças e particularidades que os faziam únicos. Não quero falar muito sobre pra não dar spoilers e acho que quanto menos você souber do jogo, melhor, mas resumindo, todos os personagens são muito mais do que aparentam ser. Até os mais secundários são interessantes e divertidos.
Apesar de serem monstros e não necessariamente podendo se encaixar em certos aspectos de diversidade, o jogo balanceia bem entre personagens masculinos e femininos. Sem dar muito spoiler, o jogo também tem uma abordagem muito bem feita de duas personagens femininas que podem virar um casal. Aliás, já que estou nesse ponto, o seu personagem é sempre tratado como “they/them”, que em inglês significa “eles” e é usado como artigo gênero neutro. Por mais que muitas pessoas de países de língua inglesa ainda vejam o termo como errado (assim como usar elx ou amiges em português não seja encarado como “certo”), o jogo teve o cuidado de usar o gênero neutro e uma animação de personagem que possa ser interpretada como de qualquer gênero.
O sistema de lutas

Nesse jogo a violência literalmente não é a única opção. Undertale te dá duas opções de lidar com os monstros que você encontra: Lutando ou Conversando. É verdade, conversar não vai te dá EXP, mas o jogo muda completamente de acordo com que caminho você decide seguir, e o jeito com o qual você lida com os monstros muda toda a história. Sério, muda mesmo, não tô nem exagerando, as suas lutas afetam diretamente no seu final e em outros aspectos do jogo.
O jogo também é inteligente de várias maneiras, para fazer o monstro cachorro desistir você precisa brincar e fazer carinho nele, um monstro vegetal só quer que você tenha uma alimentação saudável… Lutar resolve mais rápido os conflitos, mas ir na aba Ato e checar as opções pode ser bem divertido.
Em muitos jogos, pouco importa como você resolve um conflito, contanto que ele seja resolvido, mais tarde o jogo nem vai lembrar da missão, só que foi concluída. Com Undertale não é bem assim, tudo que você faz o jogo lembra, que inclusive é bom saber para o próximo tópico.
O uso da quarta parede

Eu não sei se já vi uma história, de qualquer mídia, fazer um uso tão inteligente da quarta parede quanto Undertale. Você não é só o seu personagem, o jogo sabe que você é alguém que está jogando, que tem o poder de salvar, dar load e resetar o jogo.
É difícil falar desse aspecto do jogo sem dar spoilers, então vou pedir pra que você confie em mim quando digo que esse jogo usa a quarta parede como poucas coisas já usaram. É uma parte importantíssima do jogo e a experiência nunca seria a mesma caso o jogo ignorasse a presença de um jogador por trás do personagem.
Digamos que caso você faça alguma coisa, tipo, matar um personagem, mas se arrependeu e resolveu dar load… Bem, o jogo se lembra disso e vai falar com você, não o personagem, mas você, jogador, sobre essa sua decisão.
Trilha sonora

Quem não deu pause em certas partes do jogo só pra ouvir a música que atire a primeira pedra. Tudo combina, todas as músicas combinam com o momento em que elas tocam, além de serem boas e eu não ter conseguido ouvir nada além dessa trilha sonora desde que terminei de jogar.
O universo do jogo

Não é só uma história bem construída, o mundo do subterrâneo vai muito além das informações que compõe a história principal. Os monstros têm costumes, regras, agem de formas diferentes e possuem uma vida além do protagonista. Existem lugares diferentes para explorar, lendas, histórias…
E mesmo o gráfico não sendo o que estamos acostumados com os jogos das últimas gerações, nada disso impede que você não aproveite os ambientes que o jogo te mostra, porque na verdade Undertale faz um trabalho tão bom em te colocar dentro daquele mundo que pouco importa se os gráficos não são de última geração.
O jogo te enche de sentimentos

Você pode olhar o trailer de jogo e achar que ele não vai mexer emocionalmente com você, eu também pensei isso e me enganei muito. De uma certa parte do jogo até o final eu só conseguia chorar, isso sem contar os momentos que o jogo realmente me assustou, com direito a jumpscare e tudo (sim, com um gráfico desses. Mas relaxa, não é nada terrível que você precise se preocupar).
Como mencionei antes, o jogo te envolve naquela história e com aqueles personagens e quando você percebe, seu emocional já foi todo virado do avesso pelos acontecimentos de Undertale. O jogo tem vários momentos tristes, engraçados e marcantes, passa mensagens muito fortes e te faz pensar sobre várias coisas que muitas vezes nem consideramos, tanto no ato de jogar videogame como na vida em geral.
Resumindo: Undertale é um jogo inteligente e lindo que você precisa dar uma chance, pode parecer bobo, mas é cheio de reviravoltas, ensinamentos e abre espaço para muitas discussões e teorias. E não está caro na Steam, então vai jogar!
Explicação dos finais de Undertale

O Undertale tem dois finais “derradeiros”, o Pacifista, no qual salvas a humanidade e o sobre-mundo, e o Genocídio, no qual estragas a vida a toda a gente. Para além destes dois finais, o Undertale possui vários finais “neutros”, nos quais salvas ou matas certos personagens.
Final Pacifista

Para alcançares o final pacifista não podes matar nenhuma criatura, assim como também tens de salvar e sair com todos os personagens principais que encontrares. Se fizeres isto irás desbloquear novos conteúdos, por isso recomendamos que tentes alcançar este final na primeira vez que estejas a jogar Undertale.
Final Genocida

Para alcançares o final genocida tens de matar um determinado número de criaturas, assim como os bosses. Podes ver os requisitos na lista abaixo.
Tens de alcançar os seguintes números de inimigos derrotados (podes verificar estes números nos SAVE points), assim como os bosses de cada área:
Ruins: 20 mortes (Toriel), Snowdin: 16 mortes (Papyrus), Waterfall: 18 mortes (Undyne the Undying), Hotland: 40 mortes (Mettaton NEO), New Home: nenhuma morte (Sans). O protagonista mata automaticamente Asgore e Flowey quando os encontra.
Assim que matares todos os inimigos necessários, o SAVE point irá ter uma mensagem que diz “Determination”. O Snowdrake é uma exeção, pois tem de ser derrotado antes que chegues ao número de mortes requerido.
De seguida, tens de matar todos os Bosses e mini-bosses seguintes:
Toriel, Snowdrake, Doggo, Lesser Dog (caso o encontre), Dogi, Greater Dog, Papyrus, Shyren, Glad Dummy, Undyne the Undying (aparece após lutares com o Monster Kid), Royal Guards, Muffet, Mettaton NEO.
O boss secreto Glyde é opcional e não podes aceder a So Sorry. Para além disso, todos os mini-bosses podem ser encontrados após cumprires o número mínimo de mortes, excluindo Snowdrake e incluíndo Shyren.
O contador de mortes de cada área tem requisitos diferentes. Se alguns eventos ocorrerem antes de derrotares todos os inimigos de uma área, o protagonista é enviado automaticamente para um final Neutro. Por exemplo, se iniciares a batalha contra Papyrus antes de derrotares o número de inimigos necessário em Snowdin, a cutscene que te vai ser apresentada pertence a um final Neutro. Mesmo que o protagonista seja capturado e volte atrás para derrotar os inimigos restantes, quando desafiares Papyrus de novo continuarás num playthrough “neutro”. Quando falhares em cumprir algum requisito do final genocida tens de voltar atrás através de um save anterior, ou também podes fazer reset a tudo, caso contrário não conseguirás alcançar este final.
Finais Neutros

Os Finais Neutros encontram-se algures entre um final pacifista e um final genocida, pois não salvas toda a gente, mas também não os matas a todos.
Existem várias variações neste final, mas vamos listar as decisões mais relevantes, assim como as consequências que essas decisões têm.
Cumpre todos os requisitos necessários do final pacifista mas mata entre 1 a 9 monstros. Isto faz com que o jogo acabe antes de veres os conteúdos adicionais do final pacifista, mas se seguires as nossas dicas e alcançares primeiro o final pacifista, verás estes conteúdos.
Mata um monstro antes de encontrares Undyne.
Mata Toriel e salva Undyne.
Mata 10 monstros (ou mais) e Papyrus. Matar ou salvar Mettaton vai alterar ligeiramente o resultado final.
Mata 10 monstros (oumais) e Undyne. Matar ou salvar Papyrus vai alterar ligeiramente o resultado final.
Mata Undyne, Mettaton, e Toriel.
Mata Undyne e Toriel.
Mata apenas Undyne, Mettaton, Papyrus, e Toriel, mas não mates nenhum monstro.
Mata Undyne, Mettaton, Papyrus, Toriel, e alguns monstros.
Aponta para o final genocida mas não cumpras os requisitos nas Hotlands.
Modo Difícil

Por último, existe um “modo difícil”, o qual não está completo, e provavelmente nunca deverá estar, mas mesmo assim é necessário incluí-lo neste guia.
Para acederes a este modo, começa um novo jogo e no teu nome escreve “Frisk”, depois joga normalmente. Quando chegares as Ruínas vais-te aperceber que os inimigos foram substituídos por versões mais poderosas, as quais encontras mais à frente no jogo. Para além disso, nenhum dos switches estão identificados, e alguns dos diálogos vão ser ligeiramente diferentes. Excluindo isto, o jogo mantém-se praticamente igual até desafiares Toriel.
Quando estiveres a lutar com ela, irá aparecer um annoying dog e termina o jogo. Aparentemente, segundo o um utilizador do reddit, este modo desbloqueia uma moldura bónus para os jogadores que tentarem jogar este modo.
Referências: