O Entertainment Software Ratings Board, ou ESRB, responsável pela classificação etária de conteúdo dentro dos Estados Unidos, parece estar procurando maneiras para evitar que crianças entrem em contato com jogos violentos.
A proposta do ESRB foi recentemente enviada à Federal Trade Commission, e a ideia é usar a tecnologia de reconhecimento facial para liberar o uso destes produtos nos videogames.
📷 ESRB quer usar reconhecimento facial para verificar a idade do acesso a videogames | Divulgação
O documento foi entregue em parceria com a SuperAwesome – uma subsidiária da Epic Games – e da empresa Yoti, especialista em soluções de identidade digital.
Desde 2019 que a Yoti e a SuperAwsome exploram formas de tornar o reconhecimento facial como uma medida viável para o consentimento parental. Agora houve um importante passo para aumentar a sua visibilidade.
O que a proposta significaria, de fato, é que os jogadores menores de idade não poderiam mais jogar nenhum jogo classificado como maduro pelo ESRB, impedindo-os de acessar os títulos após uma verificação de reconhecimento facial.
📷 Trecho da proposta enviada á FTC | Divulgação
Como funcionará a verificação
As etapas do processo de verificação incluem:
- O usuário tira uma foto de si mesmo
- O sistema então verifica se há um rosto humano vivo no quadro
- A imagem é então carregada no servidor de back-end do Yoti para estimativa
Além disso, a proposta da ESRB também garante que os arquivos que forem obtidos pela Yoti não serão usados para nenhum outro fim. A FTC está agora a obter informação e feedback do público sobre esta possível medida para descobrir possíveis perigos para as informações pessoais dos utilizadores.
Ainda que haja riscos dentro deste cenário, o órgão afirma que “seus benefícios são predominantes aos consumidores e negócios”.
📷 O órgão ESRB, responsável pela classificação etária de conteúdo dentro dos Estados Unidos | Divulgação
Um longo caminho para a ESRB
Vale notar que há diversos problemas nesta proposta da ESRB, principalmente no quesito precisão. Além das questões técnicas sobre a tecnologia, como o fato de haver casos de pessoas que aparentam ser mais novas do que sua real idade.
Também tem o aspecto de que seria necessária uma câmera para cada console de mesa. No caso do PlayStation 5, por exemplo, este acessório já existe. Porém, a Microsoft já abandonou a sua linha Kinect e a Nintendo não passa perto deste recurso há algumas décadas.
Embora o propósito de avaliar por idade em um videogame seja muito nobre, dificilmente é algo que seja bem aplicado, especialmente nos dias de hoje.
As lojas de jogos de varejo costumavam ser capazes de verificar sua idade antes de permitir que você comprasse um jogo físico, mas no mundo digital e com serviços como Amazon em mente, há uma infinidade de maneiras de contornar esse sistema.
Referencias
